Potencial de Consumo das Torcidas Brasileiras

Potencial de Consumo das Torcidas Brasileiras, palestra de Fernando Ferreira Sócio da Pluri Consultoria. 

Existe uma relação direta (e crescente) entre o poder econômico e a capacidade de competição dos clubes, daí a importância de saber qual a condição de renda e a predisposição do torcedor em gastar parte desta renda com produtos e serviços associados direta ou indiretamente ao clube do coração.

O cruzamento dos resultados apurados na pesquisa da Pluri Consultoria com dados do IBGE possibilitou  chegarem ao valor total da renda de cada torcida, o segundo passo para identificar qual o potencial de consumo de cada torcida.

Baixe o PDF com estes dados completos: Potencial consumo pluri

Estimativa do Número de Torcedores dos Principais clubes do Pais

O Tamanho da Torcida em seu Estado, e fora dele

Dez clubes tem mais de 20% de sua torcida fora do seu estado de origem, são 4 de São Paulo, os 4 grandes do Rio e os 2 do Rio Grande do Sul, o que demonstra sua influência nacional. Apenas 3 clubes tem menos de 50% de sua torcida em seu estado de origem: Flamengo 26%, Vasco 29% e Palmeiras 45%.

O Tamanho de cada torcida nos 10 estados mais ricos

Este dado demonstra qual a concentração dos torcedores de cada time nas 10 unidades da Federação de maior PIB, que somadas representam 83% do PIB Total do país. Quanto mais concentrada a torcida estiver nestes locais, maior a renda e , consequentemente, o potencial de consumo.

O número de Torcedores por estado

Este dado demonstra em quais estados há maior interesse pelo futebol, traduzido pelo número de habitantes que torcem para algum time, comparado aos que não torcem por  nenhum clube.  Cerca de 79% dos brasileiros torcem para algum clube de futebol, um total de quase 152 milhões de pessoas, contra 41 milhões que não torcem para nenhum time (21% do total).

Número de torcedores que preferem os times do próprio estado

Este dado demonstra qual proporção de torcedores que preferem as equipes do próprio estado, em relação aos que torcem por equipes de outro estado. Além de revelar questões culturais, também demonstra a influência dos clubes dos principais centros do país em relação aos locais.

Estimativa de Renda de Cada Torcida

Uma vez quantificado o tamanho de cada torcida, o passo intermediário para se chegar ao potencial de consumo é estimar a renda total de cada uma delas. Esta estimativa leva em consideração a quantidade de torcedores por região, multiplicado por sua respectiva renda individual (IBGE).

Renda Média por torcedor

A estimativa de renda mensal de cada torcida corresponde à estimativa de renda média total, dividido pelo número de torcedores. É importante ressaltar que essa medida é uma média, pois dentro do universo de torcedores existe uma grande diversidade de renda, existindo desde algumas poucas pessoas com ganhos altíssimos, até uma  grande quantidade de pessoas que não possuem renda alguma. Isso vale para todos os clubes, variando apenas o nível de renda média, conforme abaixo:

  • A renda média por torcedor dos 30 clubes analisados é de R$708, valor que é superado pelos 16 primeiros colocados da lista.
  • Todos os 20 clubes de maior renda média por torcedor pertencem aos estados do sul e sudeste do Brasil.
  • Avaí e Figueirense cujas torcidas estão concentradas  na rica região de Florianópolis, lideram o ranking de renda média por torcedor, com R$895 e R$891, valor quase 30% superior a média dos 30 clubes. Em seguida vem com alguma distância, a ponte preta, com R$839, o Grêmio com R$826 e o Guarani com R$824.

O potencial de consumo de cada torcida

Superada a quantificação da estimativa de renda de cada clube, chegamos a ùltima etapa (e objetivo principal deste trabalho da Pluri) a de quantificar o potencial de consumo de cada torcida. Conforme detalhamos no início do estudo, o potencial de consumo depende de três fatores principal: 1) Da renda do torcedor 2) Da disposição para consumir 3) Da oportunidade de consumo.

Uma vez que a renda estimada, precisamos definir que parte desta renda o torcedor está disposto para destinar a produtos e serviços direta ou indiretamente relacionados ao seu clube. Aqui mais uma vez contamos com a providencial ajuda do IBGE, que entre entre sua suas pesquisas mensura o quanto da renda do brasileiro se destina a cada grupo de gastos (segmentado por região), permitindo melhor qualificar o percentual da renda e serviços relacionados aos clubes de futebol. Como também mencionados no início, outra variável fundamental (de acordo com a metodologia da Pluri)  para se determinar o potencial de consumo é a localização geográfica da torcida (oportunidade de consumo). Portanto, quanto mais próxima ela estiver do clube, maior será a sua disposição ao consumo.

Importante a se destacar é que este potencial de consumo está disponível não apenas para os clubes, mas para todos os envolvidos no universo relacionado, como empresas patrocinadoras, fornecedores de material esportivo, varejo esportivo ligado a clubes, empresas fabricantes de produtos licenciados, empresas de mídia envolvidas em transmissões esportivas e etc. Além disso, a empresa procurou identificar o potencial máximo de consumo dadas as condições atuais sócio-econômicas e culturais do Brasil, cabendo a cada clube e seus parceiros encontrar os meios e ferramentas adequados para maximizar a utilização deste potencial.

A torcida do Corinthians apresenta o maior potencial de consumo, com R$450 milhões/mês, seguido de longe pelos torcedores do São Paulo, com R$289 milhões/mês e pelos flamenguistas com R$288 milhões/mês.

Índice de Propensão ao consumo (IPCT) do torcedor (individual)

O IPCT é um indice criado pela PLURI Consultoria que mede a propensão ao consumo de cada torcedor (individualmente). Ele é calculado a partir da combinação de fatores geográficos e sócio-econômicos.  Por fatores, geográficos, entenda-se a localização de cada torcedor em relação à sede do clube. Ou seja, quanto mais próxima a torcida estiver de seu clube, maior é a tendência ao consumo. Por fatores sócio econômicos, entenda-se as características de sexo, idade e renda, que também influenciam na decisão de consumo de cada um.

  • O dois clubes times catarinenses (Avaí e Figueirense) lideram o ranking pelo IPCT, pois possuem a maior proporção de suas torcidas concentradas na cidade de Florianópolis (com alto nível de renda) e possuem perfil sócio econômico bastante semelhantes.
  • O mesmo vale para os paranaenses Coritiba e Atlético, assim como os times de Campinas e a paulistana Portuguesa.
  • Todos os 8 primeiros colocados pertencem às cidades de Florianópolis, Curitiba, Campinas e São Paulo.
  • Flamengo tem o menos IPCT, pois a maior parte de seus torcedores está longe da sede do clube, além de possuírem um perfil sócio-econômico mais baixo em comparação às demais torcidas do sul e sudeste do Brasil.
  • O perfil sócio-econômico de Palmeiras e Vasco é elevado em comparação aos demais, porém o fato de ter boa parte dos torcedores fora do estado de origem, afeta negativamente o seu resultado final.

Todas as informações e textos são originadas desta Fonte:

Pluri Consultoria
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